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Njinga Mbande – Mulheres Incríveis # 05

Njinga Mbande, nascida no século XVII, foi uma rainha de Angola, governando os reinos de Ndongo e Matamba. Durante seu reinado, a Europa tentou expandir seus negócios mercantis, incluindo o tráfico de escravos na costa africana.

Rainha Nzinga
Rainha Nzinga com Comitiva Militar, Reino de Matamba – Imagens da Escravidão.

Njinga cresceu e prosperou em meio a este contexto histórico e se tornou um exemplo de liderança feminina. Em 1622, ela foi enviada como embaixadora para negociar a paz com o vice-rei português, mas mostrou-se como uma negociadora e diplomata talentosa.

Quando o rei do Ndongo morreu em 1624, Njinga tomou o trono e se tornou uma rainha imponente. Com sua astúcia em guerra e espionagem, habilidades diplomáticas, alianças estratégicas e conhecimento dos negócios e religiões, ela foi capaz de resistir aos projetos coloniais portugueses até sua morte em 1663

Como Ana I, Nzinga foi reconhecida pelo Reino de Portugal durante o seu reinado, que durou de 1631 até sua morte em 1663. Ela nasceu com o nome de Jinga, ou Ginga Ambande ou Ambandi, e era conhecida no idioma quimbundo como Nzinga Mbande ou Nzinga Mbandi.

Ela é conhecida por sua luta contra a escravidão e a dominação portuguesa e por sua capacidade de manter sua independência através de táticas de negociação e alianças estratégicas.

Rainha Nzinga Mbande
NJinga em negociações com os portugueses (1657)

Nascida por volta de 1583, Nzinga Mbande viveu num contexto de lutas e resistência contra a ocupação portuguesa. Filha de um rei, foi treinada desde cedo para governar e tornou-se uma líder carismática e inteligente que governou como rainha dos matamba, um estado independente no sul de Angola, no século XVII. Ela foi conhecida por sua habilidade política e pelas táticas de negociação e alianças estratégicas que usou para manter sua independência e resistir à dominação portuguesa.

Consolidação de poder

enfrentou oposição quando retornou ao trono de Dongo. Ela foi considerada uma governante ilegítima devido à sua descendência de escrava concubina e o fato de ser uma mulher. Para se legitimar, Jinga se “vestiu como homem” e liderou com sucesso as ofensivas contra os portugueses, jagas e outros inimigos políticos. No entanto, ela nunca foi aceita como governante legítima devido às limitações de gênero impostas à época.

Confrontos coloniais

Njinga Mbande - Litografia pintada à mão
Artista desconhecido, litografia pintada à mão, Década de 1830

Foi uma voz de resistência contra os projetos coloniais portugueses no sul de Angola. Ela usou uma combinação de táticas de guerrilha, espionagem, operações militares e habilidades diplomáticas para proteger seu reino e enfrentar ameaças. Ela estabeleceu alianças com o rei do Congo e holandeses para fortalecer sua posição.

Nzinga também foi uma defensora ferrenha dos direitos dos escravos e trabalhou incansavelmente para acabar com a escravidão em seu estado. Ela acolheu escravos fugitivos e os incorporou em suas forças militares, oferecendo-lhes a oportunidade de lutar por sua liberdade. Além disso, ela conhecia bem a língua e a cultura portuguesa, o que a ajudou a negociar com os colonizadores.

A líder angolana Nzinga Mbande é lembrada como uma heroína nacional e uma importante figura histórica, reconhecida pelo seu legado de coragem e determinação na luta contra a opressão e pela defesa dos direitos humanos.

Mbande conta as forças europeias

Em 1641, a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais invadiu e controlou Luanda com a ajuda do Reino do Congo, tornando a maior parte da região uma colônia holandesa. A Rainha Jinga fez uma aliança com os holandeses contra os portugueses e mudou a capital para Cavanga, mas foi derrotada em 1646.

Em 1647, com o reforço dos holandeses, ela derrotou o exército português, mas em 1648 os portugueses reconquistaram Luanda. Jinga implementou táticas de guerrilha, criou falsas alianças para expandir seu reino e abriu o reino para escravos fugidos dos colonos portugueses.

A rainha enfrentou uma série de desafios quando a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais invadiu e controlou Luanda com a ajuda do Reino do Congo. Njinga fez uma parceria com os holandeses contra os portugueses, que se concentravam na cidade de Massangano.

Ela mudou a capital do reino para Cavanga na tentativa de recuperar algumas terras perdidas.

Período final

Governou até sua morte em 1663, aos 82 anos, mas sua liderança e legado continuam a ser lembrados e admirados até hoje. Sua história é uma parte importante da história angolana e africana, e sua luta contra a escravidão e a opressão é uma inspiração para muitos até hoje.

Centenas de soldados dela foram enviados ao Brasil como escravos e influenciaram as lutas pela liberdade naquele país, especialmente em Palmares. A sua presença é perpetuada nas tradições das irmandades Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, que existem em Portugal e em diversas partes do Brasil.

Estas irmandades realizam celebrações, nas quais rainhas denominadas Jingas ou Gingas são coroadas de forma ritualística. Essas comemorações ocorrem em estados como Minas Gerais, Goiás, Bahia, Paraíba, e Pernambuco, mas são especialmente destacadas na comunidade quilombola de Morro Alto, no Rio Grande do Sul, onde desde pelo menos fim do século XIX, as rainhas Jingas são coroadas anualmente durante a festa do Maçambique de Osório, ao lado dos reis do Congo.

Ela é considerada uma figura de resistência influente durante as lutas pela independência de Angola e é venerada como um ícone da liberdade, e é lembrada na tradição da Congada, onde sua coroação junto com o rei do Kongo simboliza o sincretismo religioso no Brasil.

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